"Qual a necessidade de tomar Kelim emprestados dos egípcios"?
- kabbalahSuldoBrasil
- 19 de abr.
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1. RABASH, Artigo nº 14 (1986)
"Qual a necessidade de tomar Kelim [Vasos] emprestados dos egípcios"?
Toda a questão do exílio no Egito era para receber Kelim [vasos] e a necessidade das grandes luzes, chamadas de "herança da terra". Era com isso que Abraão estava perplexo e disse que não via que seus filhos teriam necessidade dessas grandes luzes. E como não há luz sem um Kli, acontece que, mesmo que haja o desejo de dá-las, eles não têm Kelim para receber.
Por essa razão, eles receberam o exílio no Egito, onde, através das perguntas e argumentos dos egípcios, serão continuamente esvaziados do pouco de Kedushá [santidade/sagrado] que haviam adquirido, pois se alimentarão deles. Por essa razão, precisarão sempre pedir ao Criador que ilumine seu caminho para que possam seguir em frente. Mas eles dizem que continuaram retrocedendo, e é por isso que o ARI escreveu que, na época do êxodo do Egito, o povo de Israel estava em quarenta e nove portões de impureza até que o Rei dos Reis lhes apareceu e os redimiu.
Isso parece contradizer a razão, visto que se sabe que Moisés e Aarão vieram ao Egito e falaram aos filhos de Israel sobre o Criador querer tirá-los do Egito. Eles realizaram todos os sinais no Egito e viram as dez pragas que os egípcios sofreram, e isso deve ter aproximado Israel da Kedushá, e não o contrário — que eles continuaram caindo em um portão mais profundo de Tuma'a [impureza], a ponto de, quando chegou a hora de sair do Egito, ou seja, quando precisavam da melhor preparação para receber a luz da redenção, vemos que, quando receberam a luz da redenção, estavam em quarenta e nove portões de Tuma'a. Isso é possível?
Como Baal HaSulam explicou, o exílio no Egito teve como objetivo obter os Kelim dos egípcios. Mas foi apenas para tomar emprestado e, posteriormente, retornar a eles. Ele interpretou que esta questão do Criador dizendo a Abraão: "Seus descendentes serão estrangeiros em uma terra que não é deles", era uma garantia da herança. Isso significava que eles teriam a necessidade de receber a abundância do Criador, visto que o desejo de se libertar da escravidão dos egípcios só pode ocorrer por meio da ajuda de uma alma santa. Então, eles precisarão da ajuda do Criador a cada momento, e disso precisarão alcançar graus mais elevados. [...]
É por isso que o Criador queria que eles tomassem os Kelim dos egípcios, ou seja, suas perguntas e dúvidas, e todos os seus desejos, que são os Kelim dos egípcios. Mas eles não deveriam realmente tomar esses Kelim, apenas tomá-los emprestados. Ou seja, eles tomariam os Kelim dos egípcios apenas para suprir essas deficiências, mas não para realmente manter esses Kelim, porque os Kelim, ou seja, esses pensamentos e desejos, não pertencem ao povo de Israel. É apenas um empréstimo temporário, para depois retornar a eles. [...] e depois devolvê-los. Ou seja, eles não têm nada a ver com o que tomaram emprestado, e o que tomaram foi apenas temporariamente, para poderem receber as luzes, chamadas de "herança da terra", que o Criador havia prometido a Abraão.
2. RABASH, Artigo nº 13 (1987), "Por que a Festa das Matzot é chamada de Pessach"
No entanto, devemos entender por que o louvor ao Criador é chamado de "Pessach", após a passagem do Criador. Também está escrito: "e vocês a comerão às pressas; é o Pessach do Senhor". RASHI interpreta que a oferenda é chamada de Pessach após a passagem, e a passagem significa que o Criador pulou as casas de Israel dentre as casas dos egípcios. Ele pulou de egípcio em egípcio, e Israel, no meio, escapou.
Devemos compreender o significado de pular e passar por cima no trabalho. Sabe-se que a essência do nosso trabalho é alcançar Dvekut [adesão] com o Criador, que é a equivalência de forma, pela qual recebemos Kelim [vasos] adequados para a recepção da abundância. Sabe-se também que nossos Kelim provêm da quebra dos vasos. A quebra dos vasos significa que queremos usar os vasos de recepção para receber, e isso é considerado separação do Criador. Isso ocorreu nos mundos superiores, e também através do pecado da árvore do conhecimento, quando os Kelim caíram nas Klipot [cascas/peles], e devemos elevá-los porque viemos de seus Kelim. Ao trabalhar com nossos desejos de receber — que vêm de lá — a fim de doar, corrigimos a cada vez um pedaço desses Kelim, que estão nas Klipot, e os elevamos à Kedushá [santidade/sagrado], desejando trabalhar apenas com o objetivo de doar contentamento ao Criador.
A cada vez e a cada dia, partes das Klipot — chamadas "para receber" — são classificadas. Elas são corrigidas para que possam ser usadas para doar. A ordem é que uma parte seja elevada a Kedushá, e então descemos novamente a um estado de recepção, e até esquecemos que existe a questão da doação. Mas então recebemos uma ascensão novamente, assumimos a parte da vontade de receber em nós, a superamos e a corrigimos para que funcione a fim de doar. Isso se repete a cada vez até que adquiramos uma certa medida de recepção que recebeu a correção da doação. Nessa medida, haverá espaço para a abundância superior entrar. Este Kli [vaso] é feito somando todas as ascensões que se teve em um Kli, como está escrito: "Centavo por centavo se junta em uma grande quantidade" (Sotah 8).
Por isso, podemos interpretar o que perguntamos sobre Pessach, que nossos sábios disseram: "Ele saltava de egípcio em egípcio, e Israel, no meio, escapava".
O que quee dizer?
"Mas foi apenas para tomar emprestado e, posteriormente, retornar a eles" e
"eles tomariam os Kelim dos egípcios apenas para suprir essas deficiências, mas não para realmente manter esses Kelim, porque os Kelim, ou seja, esses pensamentos e desejos, não pertencem ao povo de Israel."
E a fase do partisuf? Some, permanece?
Tem outra forma de pensar sobre os kelins?
Ja que os desejos não desaparecem.
Fiquei bem com um monte de perguntas🤔
25/Abril/2025 3:52