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Pessach

O Significado Profundo de Pessach Segundo a kabbalah


Pessach, ou Páscoa, é uma das festas mais importantes do judaísmo. Para entender profundamente o seu significado, a kabbalah, oferece uma visão que vai além dos rituais e símbolos tradicionais. Pessach não é apenas uma celebração histórica da libertação dos judeus da escravidão no Egito, mas também um processo espiritual que reflete a transformação interna de cada pessoa. Vamos explorar o significado profundo de Pessach segundo a kabbalah.


1. O Egito:


O Estado de Escravidão Interna no começo da história de Pessach, o povo judeu está no Egito, que simboliza a escravidão mental, escravidão em seu amor próprio no sentido mais egoísta. O Egito não é apenas um lugar físico, mas um estado de consciência. Ele representa a escravidão da pessoa ao egoísmo, às suas vontades e desejos egoístas. O egoísmo é o que nos mantém aprisionados, incapazes de alcançar a liberdade espiritual. Esse estado de escravidão é uma metáfora para como vivemos em um mundo onde estamos constantemente em busca de satisfação pessoal, sem nos preocuparmos com os outros. Pessach, então, é uma oportunidade para refletirmos sobre esse aprisionamento interno e o desejo de superar a escravidão do ego saida da matrix mental.


2. Matzá:


O Pão Ázimo - Superando o Egoísmo durante Pessach, um dos alimentos centrais é a matzá, o pão ázimo, que simboliza a simplicidade e a pureza. A kabbalah explica que a matzá representa a capacidade de nos despojar de nosso ego, de nos libertarmos de tudo aquilo que nos prende à nossa individualidade egocêntrica. Já o pão levedado, que normalmente consumimos, representa o ego inflado, cheio de fermento, enquanto a matzá é sem fermento, um pão simples que simboliza a humildade e a pureza. Comer matzá é um ato de lembrança de que devemos nos libertar do ego e voltar à nossa essência mais pura e simples.


3. As Dez Pragas: O Processo de Purificação


As Dez Pragas que ocorreram no Egito são uma parte importante da história de Pessach. Elas representam as dificuldades e os obstáculos que encontramos ao tentar superar nosso egoísmo. A kabbalah ensina que essas pragas simbolizam as correções internas que precisamos passar para superar nossos desejos egoístas, qualidades egocentricas que precisam receber a luz da Torá para serem transformadas em qualidades iguais as do Criador, qualidades de doar e não de simplesmente receber para sí mesmo. Assim como as pragas foram um processo doloroso para o povo egípcio, também enfrentamos desafios e desconfortos em nosso processo de transformação espiritual. No entanto, é através dessas dificuldades que somos purificados e capazes de nos aproximar de uma verdadeira liberdade espiritual.


4. O Mar Vermelho: A Superação do Ego


A travessia do Mar Vermelho é um momento crucial na história de Pessach, simbolizando a superação do egoísmo e a passagem para uma nova forma de ser. O Mar Vermelho representa a divisão entre o egoísmo e a verdadeira liberdade espiritual. Quando o povo judeu atravessa o mar, ele deixa para trás o antigo estado de escravidão no Egito e avança para uma nova forma de vida, uma nova consciência é adquirida. Esse momento é uma metáfora para a transformação interna que acontece quando conseguimos superar as limitações do nosso ego e começamos a viver de maneira mais altruísta e conectada com os outros. A travessia do mar simboliza o processo de deixar para trás o egoísmo e adentrar em um estado de liberdade espiritual subindo acima do ego, acima da lógica humana, que nos diz que o sentido da vida é ter bens materiais, honra, fama etc.


5. O Cordeiro Pascal: O Sacrifício da Individualidade


Outro símbolo importante de Pessach é o cordeiro pascal, que, segundo a tradição, foi sacrificado pelos judeus antes de sua saída do Egito.  O cordeiro simboliza o sacrifício da individualidade e do ego. Para alcançar a liberdade espiritual, precisamos estar dispostos a abrir mão de nossa identidade egoísta e nos conectar com algo maior que nós mesmos.  O cordeiro, que era imolado e consumido pelos judeus, representa a renúncia ao ego e à vaidade pessoal. Esse sacrifício é visto como um símbolo de transformação, onde a pessoa se submete ao processo de purificação para alcançar um estado superior de consciência.


6. A Liberação: A Jornada Rumo à Unidade


Finalmente, o ponto culminante de Pessach é a liberação do povo judeu da escravidão do Egito.  Essa liberação é uma metáfora para a nossa própria jornada espiritual. Ao longo da vida, somos chamados a nos libertar de nossos próprios egos, a superar o individualismo e a nos unir ao propósito superior de conexão com os outros e com a força divina. Pessach é, portanto, uma celebração da transformação interna. Ele nos lembra que a verdadeira liberdade não vem de uma mudança externa, mas de uma transformação interior, onde conseguimos superar o egoísmo e viver em harmonia com o todo. A liberdade verdadeira é alcançada quando conseguimos agir em prol do bem-estar coletivo, em vez de seguir apenas os desejos pessoais.


Conclusão


A ciência milenar nos ensina que Pessach não é apenas uma festa de lembrança histórica, mas uma oportunidade de transformação espiritual profunda. Cada símbolo de Pessach, desde o Egito até a travessia do Mar Vermelho, nos oferece lições valiosas sobre como superar nosso egoísmo e alcançar uma verdadeira liberdade espiritual. Ao refletirmos sobre esses estados e símbolos, podemos aplicar seus ensinamentos em nossas vidas diárias, avançando em direção a uma maior conexão com os outros e com a realidade divina que nos une a todos.


Redenção


 A palavra "Geulá" (גְּאוּלָה) é um termo em hebraico que significa "redenção" ou "libertação". Ela é frequentemente utilizada no contexto religioso e espiritual do judaísmo, referindo-se à ideia de um futuro momento de salvação, quando o povo judeu será redimido, voltando à sua terra prometida, e a paz será restaurada no mundo. A palavra "Geulá" é uma parte central da oração judaica, especialmente nas orações de Rosh Hashaná e Yom Kipur, e está ligada à vinda do Messias, que é esperado para trazer a redenção. A letra aleph (א), que aparece no início de "Geulá" (גאולה) tem um significado profundo na kabbalah. Aleph é a primeira letra do alfabeto hebraico e representa a unidade de Deus, pois ela é considerada uma letra silenciosa que simboliza o início da criação e o princípio de tudo. Aleph é uma letra que não possui som próprio, o que pode ser interpretado como uma representação do Infinito e da transcendência de Deus. Assim, a presença da letra aleph em "Geulá" também pode ser vista como um simbolismo de que a redenção final, ou a "libertação", é algo que tem sua origem no divino e está além da compreensão humana completa, está acima de nossa razão. Ela reflete a esperança de que, ao final da história, haverá uma restauração da conexão do povo judeu (os que têm o ponto no coração desenvolvido)  com Deus e com a Terra de Israel ( a nova forma de existência, o desejo de somente dar) uma verdadeira redenção que transcende o mundo físico e entra no plano espiritual mais elevado. A palavra exílio em hebraico tem a ver com a palavra geula?

Sim, a palavra "exílio" em hebraico (גָּלוּת, Galut) tem uma relação profunda com a palavra "Geulá" (גְּאוּלָה, redenção), já que ambas tratam de conceitos opostos dentro da experiência histórica e espiritual do povo judeu.

Galut (exílio) refere-se ao estado de dispersão, afastamento e sofrimento, geralmente associado ao povo judeu durante os períodos em que foi forçado a deixar sua terra natal, a Terra de Israel ( se vestir no corpo materiar) e viver em outras regiões do mundo. O exílio é visto, na tradição judaica, como uma consequência do afastamento de Deus e da quebra de laços espirituais e territoriais com a Terra Prometida. Ele é também frequentemente entendido como um período de testes e dificuldades, durante o qual o povo judeu vive fora de seu território e encontra desafios para manter sua identidade e espiritualidade.

Já a palavra Geulá (redenção), onde a letra Alef é inserida, é o oposto do exílio. Ela representa a promessa de um retorno, tanto físico quanto espiritual, à Terra de Israel e uma restauração da conexão do povo judeu com Deus. A Geulá está ligada à ideia de libertação, onde o povo judeu será salvo da opressão e da dispersão, e uma era de paz e justiça será estabelecida, o povo da unidade estará acima dos 5 sentidos, viverá com uma nova consciência, existirá em outro “mundo”, fora do Egito. Portanto, as duas palavras, Galut e Geulá, estão intimamente ligadas, formando um ciclo de queda e ascensão. O exílio é visto como uma fase temporária, enquanto a redenção é a esperança final, o retorno à liberdade e à harmonia. Na tradição judaica, o exílio é considerado um estágio necessário para que a Geulá possa ocorrer. A expectativa de redenção está muitas vezes vinculada à superação do exílio, sendo o final deste um sinal do início da era messiânica, quando a promessa de Geulá será cumprida.Assim, em um sentido mais profundo e cabalístico, o exílio e a redenção estão interligados, sendo dois pontos extremos de um mesmo processo histórico e espiritual.

SSM

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2 Comments

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Amén! 🙌🙏

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“….O povo da unidade estará acima dos 5 sentidos…”

Me lembrei do Shamati 1 nessa frase e no processo do Pessach: “Quando existe alegria pela parte, está é apenas uma parte da alegria do todo.”


Quando passamos pelo Pessach corrigi o desejo de receber para o próprio benefício?

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