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A Luz se veste no desejo, não na pele

Na Kabbalah autêntica — especialmente segundo os ensinamentos de Baal HaSulam, do Ari e da tradição recebida por meio da linha de Isaac Luria (o Ari) até os cabalistas contemporâneos como Rav Baruch Ashlag (Rabash) e Rav Michael Laitman — não existe qualquer distinção espiritual baseada em raça, etnia, ou origem física.

Pelo contrário, a Kabbalah ensina princípios totalmente opostos a essa ideia.

 

Baal HaSulam – Introdução ao Livro do Zôhar (38–39)

“A alma de cada pessoa de Israel [isto é, aquele que aspira ao Criador] se compõe de 613 órgãos espirituais [...]. E isso se aplica também às almas das nações do mundo, pois nada impede que uma alma das nações venha a se tornar uma alma de Israel [...] caso se dedique a corrigir suas qualidades e atingir a semelhança com o Criador.”

 

Baal HaSulam – Artigo “A Arvut” 20

“Antes que uma pessoa venha a se purificar e santificar suas obras, é chamada de ‘nações do mundo’. E depois de se corrigir, é chamada de ‘Israel’.”

Aqui ele deixa claro que os termos “Israel” e “nações” são graus espirituais internos, não grupos étnicos ou raciais.

 

O Zôhar – Introdução, Parashat Bereshit, 69

“O Criador colocou a alma em cada ser humano, e todos têm a centelha do Alto. [...] Aquele que desperta esta centelha com amor e temor se aproxima da Luz, seja ele quem for.”

O Zôhar afirma que a alma é dada a todo ser humano, e a aproximação da Luz depende do esforço interior, não da linhagem ou aparência.


 Rav Ashlag – Escritos da Última Geração

“Não há diferença essencial entre uma pessoa e outra. Toda a diferença está em seu desenvolvimento, em seu ambiente, em sua orientação espiritual. [...] quando todos forem educados para a verdadeira espiritualidade, todas as nações se elevarão igualmente.”

 Aqui, Baal HaSulam explica que qualquer ser humano pode alcançar o mesmo grau espiritual elevado, desde que desenvolva o desejo correto — sem importar sua origem física.

Isso derruba qualquer conceito de superioridade espiritual baseada em raça. A única diferença está no grau de desenvolvimento interior, que qualquer pessoa pode alcançar.


Sefer Etz Chaim – Portão 1, Capítulo 5 (O Ari)

“Assim como no corpo existem vários membros, todos indispensáveis, assim ocorre com as almas no mundo: cada uma tem sua raiz e sua função. Nenhuma é mais importante que a outra. O todo só se completa na união.”

O Ari diz que todas as almas têm um papel único e valioso, e nenhuma é “mais forte” ou “mais iluminada” por causa de sua origem material. O que importa é a função no sistema espiritual.


Vamos aos fundamentos:

A Alma não tem cor, raça ou origem étnica

O ponto central da Kabbalah é o desenvolvimento da alma, que é completamente independente do corpo físico. A alma é uma centelha do Criador (Nitzotz Elokut) que desperta no ser humano a partir de um desejo profundo de se unir ao propósito da Criação — isso independe de origem familiar, genética, cor da pele, ou cultura.


"O amor ao próximo é o fundamento da Torá e a base de toda correção da alma. Não existe alma superior por causa da sua origem física, mas sim pelo grau de correção interior." — Baal HaSulam, “Introdução ao


Livro do Zôhar”

 A divisão entre “nações” é simbólica, não racial

Os textos falam sobre "as 70 nações" ou "os filhos de Adão", mas isso representa níveis espirituais de desejo dentro de uma só humanidade. A divisão é interna — entre forças da alma, não entre povos.

Por exemplo: "Israel" não é sinônimo de judeu étnico na Kabbalah autêntica. Refere-se àquela parte interna que deseja ir direto ao Criador:Yashar-El = ישר-אל = "Direto ao Criador".

 

A Luz se veste no desejo, não na pele

A “Luz” na Kabbalah é a força espiritual do Criador — plenitude, sabedoria, amor absoluto. Ela só pode ser revelada na medida em que o vaso (o desejo) está corrigido para doação. O que a diferencia não é a raça de quem a recebe, mas o nível de intenção altruísta (kavaná) da alma.


“A Luz não muda, Ela é simples e absoluta. O que muda é o vaso que a recebe. E esse vaso é a intenção do coração.” — Zôhar, introdução


As diferentes "raízes de alma" NÃO são étnicas

A Kabbalah fala de diferentes raízes da alma (Shoresh Neshamá), mas essas raízes são espirituais, associadas a funções no sistema da Criação — como células diferentes em um corpo. Uma pode ser mais "mental", outra mais "emocional", outra mais "operacional", mas todas são indispensáveis, e nenhuma é superior à outra.


Racismo é uma desconexão do propósito espiritual

Toda forma de racismo ou separação por aparência física é considerada, na linguagem cabalística, como força da Klipá (casca) — algo que cobre a Luz e impede a unidade.

NÃO, na Kabbalah autêntica a Luz que uma pessoa recebe não varia em força de acordo com a raça. Ela varia segundo o grau de equivalência de forma entre a alma e a Luz, isto é, segundo o alinhamento da pessoa com o atributo de doação e amor — atributo esse que transcende corpo, cultura ou sangue.

 

 
 
 

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Dara
há 33 minutos
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Gratidão por este texto maravilhoso!

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